Filosofias Helenísticas
As diversas correntes filosóficas do período helenístico preocuparam-se em proporcionar aos indivíduos desorientados alguma forma de paz de espírito, alguma forma de felicidade interior em meio às atribulações da época. Substitui-se, assim, a vida pública pela vida privada como centro de reflexões filosóficas, as preocupações coletivas cedem lugar às preocupações pessoais. As principais correntes filosóficas desse período vão tratar da intimidade, da vida interior do ser humano, formulando-se diversos modelos de conduta. No presente trabalho serão conceituadas algumas das tendências do período, destacando-se o epicurismo, o estoicismo e o pirronismo.
Epicurismo
O epicurismo foi fundado por Epicuro no fim do século IV a.C, daí o nome epicurismo. Ele propunha que o ser humano deve buscar o prazer, pois o prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz. Há dois prazeres: o duradouro e o imediato. Os prazeres duradouros são aqueles que encantam o espírito, como por exemplo, uma boa conversação, contemplar as artes, ouvir música, etc. Os prazeres imediatos são aqueles movidos pela explosão da paixão e podem resultar em dor e sofrimento. Para desfrutar os grandes prazeres do intelecto, era preciso dominar os prazeres da paixão em excesso: medo, apegos, cobiças, inveja. O prazer do epicurismo é calmo e sereno. O sábio deve evitar a dor e as perturbações, levando uma vida isolada da multidão, dos luxos e excessos. Colocando-se em harmonia com a natureza, ele desfruta da paz. Epicuro condena a renovação a qualquer preço e a ânsia pela mudança, pregando uma espécie de prazer tranquilo. Não se deve confundir epicurismo (busca pelos prazeres duradouros e controle dos prazeres imediatos) com o hedonismo (busca pelo prazer). Para o epicurismo, o hedonismo resultava em dor. O medo humano tem como fonte, o medo da morte. Para Epicuro, a morte não é nada. A morte é somente a privação das sensações.