Filosofia
O FILME DA SEMANA
“The village”, impropriamente traduzido em português como “A vila”, é o último filme do indiano Night Shyamalan, que já nos surpreendeu com a trilogia O” sexto sentido”, “Corpo fechado” e “Sinais”.
Desta vez, leva-nos à descoberta de uma aldeia isolada algures na Pensylvânia rural e conservadora do séc. XIX.
Parece...
Afinal, todo o filme assenta num jogo de sugestões erradas, ou talvez não...
Não espere o espetador a recriação de um filme de corajosos colonizadores em busca de uma América selvagem. Nem tão pouco o retrato de uma qualquer comunidade de hamish que vive de costas voltadas para a explosão tecnológica do séc. XXI.
Adiantaremos apenas que, numa sociedade minada pelo crime, uns quantos, homens e mulheres do séc. XX, decidem voltar à origens, fechando-se numa redoma artificial e formar um grupo fechado ao exterior, isento dos problemas da grandes cidades, dos vívios, da degradação e do crime.
Parece tentador, mas será isso possível? Não será o Mal inerente à própria natureza humana, assuma ela as formas sociais que assumir?
O filme coloca estas como muitas outras questões e as respostas nem sempre serão fáceis de encontrar.
A verdadeira mensagem do filme, no entanto, só será apreendida se o espetador abrir os olhos e a mente a um percurso simbólico de descoberta - descoberta da motivação dos mentores deste projeto singular, descoberta de objectos, espaços e diálogos de significados ocultos, descoberta do reverso desta comunidade de uma perfeição artificial feita de pessoas cujos sentimentos não podem ser moldados por uma ordem social imposta.
Claro que o percurso cinematográfico que Shyamalan explora nesta aldeia não resolve algumas incoerências deste “projeto social”, como o demonstra a necessidade de medicamentos que leva a Ivy, protagonizada por uma excelente Bryce Dallas Howard, a sair do casulo numa perigosa jornada pela floresta assutadora.
Perguntar-se-á: como é que esta comunidade