FILOSOFIA
Entre as teorias estéticas que nos influenciaram, torna-se imperioso estudar a concepção de Hegel, que é extremamente complexa e da qual extrairemos somente suas reflexões sobre o Belo.
Hegel diferencia o belo da natureza e o belo artístico, afirmando que esse último é muito superior ao natural porque provém do espírito, e o que é espiritual é sempre superior ao que é natural, uma vez que só o espírito é verdade e o belo natural é um reflexo do espírito.
Para Hegel, o belo não é um julgamento de origem subjetiva, mas uma idéia que existe na realidade, em obras de arte reais e históricas. A arte é uma forma particular sob a qual o espírito se manifesta.
Em primeiro lugar, é preciso entender que em Hegel o espírito não é algo individual e limitado a uma pessoa singular, mas sim a comunidade universal dos homens, que toma consciência de si mesma na História.
A arte é, portanto, uma das manifestações do espírito. Nesse sentido, a imitação da natureza é desvalorizada porque desnecessária.
Se a arte é um produto do espírito ou, mais exatamente, uma das formas em que o espírito se manifesta, é claro que a obra de arte não tem por objetivo descrever uma realidade dada, acabada e, portanto, imperfeita, nem propiciar prazer àquele que a contempla. A arte é um interior que procura exteriorizar-se.
Lúcia Santaella organiza a reflexão de Hegel da seguinte forma:
1. A obra de arte é um fim em si mesmo, não se prestando a nenhuma finalidade pedagógica ou moral.
2. A verdade que a obra de arte revela apresenta-se à percepção estética como o belo, um objeto que não se apresenta nem para os sentidos, nem para o entendimento, mas para a imaginação, produzindo uma espécie muito peculiar de satisfação imaginativa.
3. A experiência estética é imediata, intuitiva, sendo muito pobre conceitualmente.
4. O belo é a unidade imediata da natureza e do espírito na intuição. A verdade que a arte revela não é cognitiva nem conceitual, mas artística, quer dizer, bela