Filosofia
Uma coisa é clara em suas obras: vivemos em um mundo de incerteza, extrema insegurança em relação à duração da ordem política e em relação à estabilidade de cada indivíduo dentro da sociedade, de fragilidade nas relações sociais que cada vez mais se tornam relações mercantilizadas e individualizadas. Não há um referencial moral, uma lado a seguir (como na época da divisão do mundo entre o Bloco Capitalista e o Bloco Comunista), estão todos jogados à responsabilidade e risco de seguirem e construírem suas vidas sem porto seguro nenhum.
Neste contexto, a relação social, pautada em uma responsabilidade mútua entre as partes que se relacionam é trocada por um outro tipo de relação que o autor chama de conexão. Ele tira esta palavra das análises de relacionamentos em sites de encontros. Em suas pesquisas ele percebe que o grande agrado dos sites de encontros está na facilidade de deixa o outro de lado.
Aquilo que transforma o relacionamento frágil, a conexão, como uma forma de se relacionar vigente na modernidade líquida é a facilidade enorme em não haver responsabilidade mútua, em não haver pressão e prisão entre os participantes. Ambos ainda podem, sem o menor remorso, trocar seus parceiros por outros melhores. O grande barato do termo ‘conexão’ é evidenciar a facilidade de se desconectar.
Para Bauman, quando a qualidade das relações diminui vertiginosamente, a tendência é que se tente compensar a falta desta qualidade com uma quantidade absurda de parceiros. Talvez um bom exemplo seja, também, a quantidade de amigos que as pessoas costumam ter em redes sociais. São números que ultrapassam 300, 500 amigos, algo que seria irreal para uma convivência cotidiana de qualidade.