Filosofia
É próprio da filosofia perguntar, questionar, buscar explicações. Por que haveria ela de escapar à indagação sobre sua própria existência? Ela, que tanto preza a interrogação, não poderia mesmo se furtar a seu próprio porquê.
Vinte e cinco séculos se passaram e a velha pergunta não cala: para que serve a filosofia? Na opinião da maior parte das pessoas, no mundo utilitarista em que vivemos, tudo tem de ter uma razão de ser e uma finalidade. Então, a resposta ainda é necessária. E ela seria: a filosofia não serve para nada!
Sem finalidade
Mas você já pensou que muitas outras coisas não têm finalidade específica e nem por isso são desimportantes? A arte, por exemplo, serve para quê? Qual a finalidade da natureza, do mundo físico? Não é por não serem utilitárias que a arte, a natureza e também a filosofia deixam de ter sua razão de ser.
Se você já estuda filosofia na escola, deve estar se perguntando: "Por que estou lendo sobre filosofia, se ela não serve para nada? Para que vai me servir isso?" Você acaba de se questionar. Talvez tenha arranjado uma resposta, mesmo que provisória, e outra pergunta surgiu. É assim que se começa a filosofar. Perguntando sobre o mundo, sobre si e o outro.
O que sou?
O que sou? Essa é uma das primeiras perguntas que surgem para quem quer filosofar. Quer continuar? Pois saiba que vai se iniciar uma história de perguntas sem fim. Veja como Marilena Chauí, filósofa brasileira, descreve o pensamento filosófico:
"Eu imagino que a filosofia busca uma atitude precisa: perguntar. E perguntar, não para encontrar imediatamente respostas. Perguntar para que respostas sejam dadas e voltar a fazer perguntas sobre as respostas que foram dadas. É nunca abrir mão da atitude crítica, sabendo que é uma atitude desgraçada, na medida