filosofia
3.1 Os deuses dependem do homem
Neste capitulo iremos observar a continuidade do pensamento de Gaiman em suas obras já citadas, como também a relação que elas têm em determinados momentos com a filosofia de Nietzsche. Onde este nos traz uma critica a moral cristã e como todo nosso pensar se baseia nela, ao matar Deus Nietzsche não só decretou o fim de sua religião, mas também o seu modo de pensar, ou seja, de sua moral. Para tanto Gaiman percebeu a morte dos deuses e o surgimento de outros deuses, o que segundo o filosofo alemão seria os novos ídolos. Podemos observar na obra de Gaiman uma perspectiva invertida para com a religião, seus livros tratam o problema através do ponto de vista dos deuses e não dos homens, ou seja, a religião é dos deuses para o homem (o que seria uma perspectiva inversa), mas isso é possível analisarmos como sendo um simbolismo. O que o autor quer abordar na verdade é a crise de valores, Assim sua perspectiva inversa é o modo como ele pretende demostrar como os homens são importantes para os deuses e não o oposto. “o segredo de toda a teologia é a antropologia” (FEUERBACH, 2007, p.136.) Gaiman não tem uma definição hermética do que vem a ser religião, no entanto, ao longo de suas obras é possível notarmos sua ideia do que vem a ser religião (citação), para o autor há uma crise de valores na contemporaneidade. Os deuses são postos a prova, seu caráter totalitário já não é tão amplo como antes, o homem começa a contestar se realmente precisa de deus. Nesse encadeamento de ideias é notável ao longo de suas obras, porém em Estação das Brumas (Sandman) é fácil notar o inicio de tais questionamentos, tendo em Deuses Americanos seu ápice na guerra entre os novos e os antigos deuses, finalizando em filhos de Anansi com a redenção do deus pelo homem. Ao observamos as obras de Gaiman, notamos uma relação entre elas. A reflexão de Gaiman revela a crise dos