filosofia

1540 palavras 7 páginas
Frequentemente assistimos a discussões de problemas de natureza filosófica nas quais se acusa um sujeito de defender a posição X em detrimento da posição Y, como se a posição Y fosse a mais correcta e fosse manifestamente blasfemo defender uma ideia contrária à nossa. Isso acontece porque se tem, no caso explicitado, a atitude contrária aquela que é desejada em filosofia. Não se está aqui a sugerir que, afinal, em filosofia, todas as teorias são verdadeiras, mas antes que elas são discutíveis.
Rolando Almeida

Claro que há critérios mínimos para se discutir filosofia. Entre esses critérios, o mais básico consiste em saber distinguir um problema filosófico de um problema não filosófico. Sem saber esta distinção, não é possível sabermos quando estamos perante uma discussão filosófica, ou uma outra discussão qualquer. Claro que nós, mesmo na filosofia ou principalmente na filosofia, não sabemos qual a posição ou tese a defender que é mais correcta, mas, precisamente por não sabermos é que sujeitamos as premissas que sustentam a nossa tese à discussão. Em Portugal, são muitas as vezes que assistimos a uma discussão que é absolutamente patética, entre aquilo que é filosofia analítica e a chamada filosofia continental. Esta discussão não faz qualquer sentido, uma vez que o saber se faz por acumulação, crítica e objecção. Eu não posso objectar a tese X se ela nem sequer existir, pelo que me parece vital, em filosofia, a existência da tese X, ainda que, no todo, a tese X não passe de um disparate. Apesar da filosofia não possibilitar os resultados da ciência, com isso, não é de todo verdade que em filosofia não existam progressos e não existe qualquer razão plausível para negarmos os progressos em filosofia. Se hoje em dia temos melhores instrumentos para argumentar filosoficamente tal deve-se ao esforço inicial de filósofos como, o principal, Aristóteles, que começou por mostrar que sabia pensar. Mas hoje em dia qualquer criança aprende o que Aristóteles escreveu

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