É marcada (do século XIV ao século XVI) pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na idade média e de novas obras de Aristóteles, que passam a ser lidas em grego e a receber novas traduções latinas, mais acuradas e fiéis. A época também se dedica a recuperação das obras de grandes autores e artistas gregos e romanos e à imitação deles. São três as grandes linhas de pensamento que predominavam na Renascença: a) Aquela proveniente da leitura de três diálogos de Platão (Banquete, Fédon e Fedro), das obras dos filósofos neoplatônicos e da descoberta do conjunto dos livros do hermetismo ou da magia natural, que se supunham terem vindo do Egito, escritos séculos antes de Moisés e de Platão, ditados por deuses e seus filhos humanos. A natureza era concebida como um grande ser vivo, dotada de uma alma universal (a alma do mundo) e feita de laços e vínculos secretos entre todas as coisas, unidas por simpatia e desunidas por antipatia. O homem era concebido como parte da natureza e como um microcosmo no macrocosmo (isto é, um pequeno mundo que espelha e reproduz a estrutura e a vida do grande mundo, ou o Universo) e por isso pode agir sobre o mundo e por meio de conhecimentos e práticas que operam com as ligações secretas entre as coisas, isto é, por meio da magia natural, da alquimia e da astrologia. b) Aquela originária dos pensadores florentinos, que valorizava a vida ativa (a política) e defendia a liberdade das cidades italianas contra o Império Romano-Germânico, isto é, contra o poderio dos papas e dos imperadores. Na defesa da liberdade política, recuperaram a idéia de República, tal como esta aparecia nas obras dos grandes autores políticos latinos, como Cícero, Tito Lívio e Tácito, bem como nos escritos de historiadores e juristas clássicos e, propuseram a “imitação dos antigos” ou o renascimento de república livre, anterior ao surgimento do império eclesiástico. c) Aquela que propunha o ideal de homem como artífice de próprio destino, tanto por meio dos