As teses sociais e políticas de Ortega y Gasset são uma resposta aos inúmeros problemas sociais provocados pelo individualismo exagerado, nascido segundo o filósofo do idealismo subjetivista. O autor explica em seus textos que os problemas sociais e políticos gerados na Europa são causados pela superlotação dos lugares públicos e pela padronização do comportamento que forma a massa social. O individualismo exagerado culmina na sociedade de massa.O que o preocupa é o homem não se comprometer com sua vocação ou missão. O homem massa, como ele o trata, é o indivíduo que não atribui a si um valor e, certamente, não se angustia com isso, sente-se bem ao ser idêntico aos demais indivíduos. Essa análise do filósofo destaca a preocupação em melhorar a qualidade de vida de cada homem para melhor identificar no corpo da nação uma coluna vertebral que une os homens.Dessa forma, o problema social evidente é o aglomerado de homens sem a preocupação de discutir os rumos políticos que devem seguir sua nação, e desorganizados na sociedade, distribuídos em blocos individuais. Esse distanciamento dos homens nos assuntos políticos consolidou lideranças conduzidas pela demagogia e pela ignorância. Esse acontecimento é o que ele chama de hiperdemocracia das massas cuja lei é: quem não for como todo mundo, quem não pensar como todo mundo, correrá o risco de ser eliminado. Para controlar a violência das massas, nasce o Estado.O homem massa não se preocupa com sua civilização, sua cultura, e sua educação, que são os caminhos que ele tem para sair da condição de vulgaridade. O resultado dessa situação é fatal para a vida de cada ser humano porque os homens passam a viver em função do Estado, tornando-se peças da máquina estatal. Após certo tempo, trabalhando como máquinas, enferrujam. Essa é a razão dos governos totalitários que se espalharam ao longo do século XX, o homem perdeu a responsabilidade e o sentido de uma vida que é única, vivida na primeira pessoa.Os governos totalitários,