filosofia
Assim como Platão tentara conciliar, em um sistema metafísico, único tanto o devir quanto a permanência (o Uno e a Diversidade) a partir das filosofias pré-socráticas de Heráclito e Parmênides, Kant se constitui também como ponto de convergência da maior parte das reflexões da modernidade; tenta conciliar a perspectiva racionalista e a empirista na fundamentação da possibilidade do conhecimento e do agir humano.
É no prólogo que Kant apresenta seu projeto de identificação e estabelecimento do princípio supremo a priori da moralidade humana, justificando-o e definindo tanto o tema quanto a estrutura e o método a serem utilizados.
A partir da divisão que se faziam da antiga filosofia grega, Kant identifica os princípios pelos quais cada uma das divisões se baseava a fim de justificar seu projeto. Ele começa postulando que todo conhecimento racional ou é material ou é formal, isto é, ocupa-se dos objetos ou da forma que a razão, em si mesma, pode conhecer-los; independente deles.
A Filosofia Material se ocupa, na divisão da antiga filosofia grega, da Física (ocupando-se dos objetos materiais e das leis que os regem) e da Ética (ocupando-se das leis que regem a liberdade e o agir humano). Por sua vez, a Filosofia Formal se ocupa da Lógica.
A Filosofia Material possui uma parte empírica tanto se tratando da Física quanto da Ética; ambas às voltas de como a natureza é afetada pelas Leis da Física assim como a natureza afeta a moralidade humana. A Física trata de como as coisas “acontecem” e a Ética de como elas “deveriam acontecer”. Essa parte empírica dessas ciências baseia-se em princípios da experiência e é objeto da Filosofia Empírica. No entanto Kant menciona outra parte da qual a Filosofia deva apresentar suas teorias derivando-as exclusivamente de princípios apriorísticos, denominando-a Filosofia Pura. A Filosofia Formal não possui parte alguma empírica, já que a Lógica é o cânone pelo