filosofia
O senso comum, ou o mito, baseia-se em conhecimentos espontâneos e intuitivos. É uma forma de conhecimento que fica mais no nível das crenças. Este conhecimento vai do hábito à tradição. Muitos deles, aprendemos com os nossos pais, que aprenderam com nossos avós..., que desconheciam de qualquer saber filosófico e científico. O conhecimento do senso comum é subjetivo, isto é, exprime sentimentos e opiniões individuais e de grupos, variando de uma pessoa para outra, dependendo das condições em que vivemos. São qualitativos à medida em que objetos e fatos são julgados por nós como grandes ou pequenos, doces ou azedos, etc. São heterogêneos, à medida em que referem-se a fatos que julgamos diferentes, porque os percebemos como diversos entre si. Um exemplo clássico é aquele que analisa um corpo que cai e uma pena que flutua no ar como acontecimentos diferentes.
Em contrapartida, temos a ciência. Enquanto a expressão ciência se refere a uma maneira de se tentar interpretar a natureza, a expressão ciências, no plural, indica o conjunto dos diferentes campos e caminhos que podem ser utilizados. O conhecimento científico é considerado objetivo, isto é, aquele que procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas. São quantitativos quando buscam medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para coisas que parecem ser diferentes. São homogêneos, quando buscam as leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que são as mesmas para fatos que nos parecem diferentes.
A ciência desconfia da veracidade daquilo que temos usado advindos do saber passado pelos nossos antepassados (mito ou senso comum), de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, ali onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos casos, afastados.