Filosofia
Autoria: Carlos Augusto Amaral Moreira
Resumo: Cada vez mais vemos as empresas brasileiras falarem sobre ética e desenvolverem códigos de comportamento para seus funcionários. Paradoxalmente, continuamos a acompanhar casos e “causos” de violação de princípios éticos elementares. Tal paradoxo torna-se inteligível na medida em que examinamos traços básicos da cultura nacional (como o formalismo, as esferas culturais da casa e da rua, o jeitinho, entre outros) e admitimos a influência de tais traços sobre as organizações instaladas no país.
“Não jogue perto de minha casa o que você não quer dentro da sua. Fique com seu lixo.”
Inscrição em uma placa de madeira fixada na entrada de um terreno baldio próximo à minha casa.
introdução
A origem das palavras ética - proveniente do grego - e moral , de raiz latina, indica costumes acumulados. Seguindo esse significado original, poderíamos dizer, com boa dose de relativismo, que ética é o conjunto de normas e valores de um grupo social a respeito do que seja bom e mal, certo e errado. Ainda nesta linha, diríamos que a ética é parte da cultura de um grupo.
Partindo da colocação precedente, não poderíamos falar de uma ética verdadeira ou falsa nem mesmo de uma ética absoluta válida para qualquer grupo social. Entretanto, dentro de um determinado grupo, a ética reveste-se de caráter contrário ao relativismo, ou seja, surge um realismo ético através do processo de socialização. Assim, um indivíduo, nascido dentro de um grupo social, tende a aprender e a internalizar os valores éticos de seu grupo, passando inclusive a ser reprodutor destes.
Enquanto objeto de reflexão, a ética ocupa importante espaço desde a antigüidade clássica1 , sendo que grandes filósofos como Aristóteles, Tomás de Aquino, Kant, Hegel,
Kierkeegard, Nietzsche e Sartre enveredaram em questões éticas, deixando grande e importante legado neste campo. De fato, o ser humano não