Filosofia
29 mai 2010 Imprimir este artigo
Filosofia Logos Mito
Do mito ao logos: o nascimento da Filosofia.
José Rogério de Pinho Andrade
Diz-se que a Filosofia é a forma de pensamento que nasceu na Grécia Antiga, aproximadamente por volta do século VI a.C.. Já desde Aristóteles atribui-se a Tales de Mileto a condição de ser aquele que inaugurou a Filosofia. O que há de tão especial no pensamento de Tales que a ele é atribuída a origem da Filosofia, mesmo que o termo tenha sido atribuído a outro pensador, Pitágoras?
É bem verdade que os povos da Antiguidade elaboraram as suas diferentes visões sobre a natureza e como explicar os seus fenômenos. Contudo, é somente com os gregos que se pode identificar o princípio deste tipo de pensamento que é a Filosofia. Ora, diante de tal certeza o problema que se apresenta é caracterizar a especificidade do saber filosófico contrastando-o com a forma de pensar o mundo própria dos povos da Antiguidade, a saber, os mitos.
O mito, e também a Filosofia, consiste em uma
“forma pela qual o povo explica aspectos essenciais da realidade em que vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens desse povo, bem como seus valores básicos.” (p. 20)
O que distingue o mito e a filosofia não é tanto o objeto do qual falam, mas o modo como as explicações são dadas, isto é, o tipo de discurso que constituem.
O próprio termo em grego, mythos, representa um discurso que se manifesta como narrativa oral de caráter fictício ou imaginário. De origem indeterminada, portanto no tempo como na autoria, tais narrativas míticas são frutos da tradição cultural e folclórica de um povo que são transmitidas especialmente pela oralidade. Assim, o mito não é, senão, resultado da tradição e não da capacidade criadora de um determinado indivíduo, ou grupos de indivíduos.
O pensamento mítico se configura como a própria visão de mundo dos indivíduos, o modo como eles