Filosofia e Retórica
A retórica pode ser considerada a ciência ou o ramo do conhecimento dedicado ao ato de falar bem, ou seja, de se comunicar com precisão e assim conseguir o convencimento da platéia sobre o conteúdo do discurso realizado. Criada originalmente pelos sofistas gregos, dentre os quais se destacam Górgias de Leontinos, Protágoras e Hipõcrates (século V a.C.), a retórica é um exercício de linguagem onde não há preocupação com a comprovação empírica ou racional dos argumentos emanados. Górgias dizia que o objetivo era apenas de convencer os juízes ou conselheiros que ouviam suas palavras, e que devido ao grande talento do orador este deveria ser capaz de falar sobre qualquer assunto e com mais beleza do que todas as outras pessoas conseguiriam. Abbagnanno cita Platão e Aristoletes ao tratar deste assunto, afirmando que a retórica pareceu a Platão mais próxima da arte culinária do que da medicina, mais apta a satisfazer o gosto do que melhorar a pessoa, e também considera que a retórica e a arte de considerar, em qualquer caso, os meios de persuasão disponíveis, indo alem das tradicionais maneiras de se convencer pelos seus objetos próprios. Entretanto, este filósofo considerou a retórica como tendo uma intima relação com a dialética, como se fosse um tipo de contrapartida desta (ABBAGNANO, 1998). Outros autores, como Japiaussu e Mendonça, dizem ser a retórica a arte de utilizar a linguagem em um discurso persuasivo, por meio do qual tenciona-se convencer a platéia sobre a verdade de algo. Seria, portanto uma técnica argumentativa, em nada se baseando na lógica ou no conhecimento para sua elaboração. Aristóteles dedicou um tratado à retórica – chamado de “Retórica” e dividido em três livros – sobretudo distinguindo-a do uso lógico da linguagem sistematizado na teoria do silogismo (JAPIASSU, MENDONÇA, 2001). Existe uma comparação ou similaridade de sentido entre