Filosofia patristica
Consiste na elaboração doutrinal das crenças religiosas do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra as heresias. A patrística caracteriza-se pela indistinção entre religião e filosofia. Para os padres da Igreja, a religião cristã é a expressão íntegra e definitiva da verdade que a filosofia grega atingira imperfeita e parcialmente. Com efeito, a Razão que se fez carne em Cristo e se revelou plenamente aos homens na sua palavra é a mesma que inspirara os filósofos pagãos, que procuraram traduzi-la em suas especulações.
A patrística costuma ser dividida em três períodos. O primeiro, que vai mais ou menos até o séc. III, é dedicado à defesa do Cristianismo contra seus adversários pagãos e gnósticos. O segundo período, que vai do séc. III até aproximadamente a metade do séc. IV, é caracterizado pela formulação doutrinal das crenças cristãs; é o período dos primeiros grandes sistemas de filosofia cristã. O terceiro período, que vai da metade do séc. V até o fim do séc. VIII, é caracterizado pela relaboração e pela sistematização das doutrinas já formuladas, bem como pela ausência de formulações originais
A patrística foi definida por Hobbes como a cessação do estado de guerra, ou seja, do conflito universal entre os homens. Portanto, "procurar obter a patrística", segundo Hobbes, é a primeira lei da natureza. Como Hobbes, Kant julgava que o estado de patrística entre os homens não é natural e que, portanto, ele tem de ser instituído, pois "a ausência de hostilidade não significa segurança, e se esta não for garantida entre vizinhos (o que só pode realizar-se num estado legítimo) poderá ser tratado como inimigo aquele a quem se tenha pedido essa garantia em vão". Para Whitehead, a patrística é um conceito metafísico, "a harmonia das harmonias que aplaca a turbulência destrutiva e completa a civilização“.
Dá-se o nome de patrística à fase da fundamentação e da fixação dos dogmas cristãos. Essa grande obra foi realizada