Filosofia do ser
Percebemos várias qualidades e as sentimos como integrantes das coisas ou de seres complexos. Temos sensações na forma de percepção. Assim percepção seria uma síntese de sensações simultâneas.
Na tradição filosófica existem duas grandes concepções sobre sensação e percepção: o empirismo e intelectualismo.
No empirismo, sensação é pontual, é independente das outras, cabendo à percepção unificá-las e organizá-las numa síntese, dependendo da presença das qualidades que estão no objeto exterior.
No intelectualismo, sentir e perceber são fenômenos que dependem da capacidade do sujeito de decompor um objeto como um todo, dando-lhe organização e significação (a percepção), depende apenas da atividade do sujeito.
A partir do século XX, a Filosofia chega com novas concepções, mudando o conhecimento sensível: a fenomenologia de Husserl e a psicologia da forma ou teoria de Gestalt. Elas mostram contra o empirismo que não é um reflexo pontual e contra o intelectualismo que não é uma síntese das sensações realizadas pelo pensamento. E contra as duas tradições que não há diferença entre sensação e percepção.
O empirismo e intelectualismo nos mostram que percepção seria atividade que somava ou juntava as partes numa síntese que seria o objeto percebido.
Para a fenomenologia e Gestalt, porém, mostram que não há diferença entre sensação e percepção.
Nós sentimos e percebemos formas, ou seja, totalidades estruturadas dotadas de sentido ou significação. Não temos sensações parciais, mas sensações globais de uma forma ou de uma estrutura. Percebemos um todo, mesmo que a figura não esteja completa.
Perceber é diferente de fazer geometria e física. Somos seres corporais. A