Filos
Ângelo Fornazari Batista. Agostinho observa que foi Platão o primeiro sábio a nomear as Idéias. Pelo emprego do verbo “nomear”, é permitido a nós inferir que elas já existiam antes mesmo deste. Com efeito, diante de sua importância, admite Agostinho ser impossível que outros sábios, além do grego, já não as teriam inteligido. Assim sendo, principiamos a falar sobre as Idéias, pois, como afirma o Santo, esta questão “deve merecer atenção e ser conhecida”. (Agostinho, 1993: 7) As Idéias são formas ou imagens, o que lhes negam quaisquer propriedades sensíveis. São eternas e perenes em si; donde não poderem ser formadas e ou agrupadas umas às outras. São, finalmente, o princípio de tudo aquilo que pode existir ou que existe, entretanto, elas mesmas não nascem nem morrem. Em suma, poderíamos conceituá-las como seres formais e imutáveis que guardam dentro de si a (possível) existência do que é contingente. Platão, também assim as definiu. Este, por dar às Idéias uma existência independente da consciência que o homem venha ou possa fazer sobre elas, foi chamado de realista. O mesmo comportamento daquelas foi preservado em Agostinho. Grosso modo, a diferença teórica está no local na qual se encontram. Enquanto Platão as assinala no Mundo das Idéias; Agostinho as coloca na mente de Deus: é mediante a inteligência divina que as Idéias são criadas. Ao passo que a inteligibilidade Ideal em Platão é percebida por meio de um exaustivo movimento dialético, no qual o homem deve-se purificar dos engodos sensuais e prezar uma vida virtuosa e ascética; Agostinho afirma que é só pela alma racionalque a visão das Idéias é possível. Desnecessário dizer que não é uma visão fenomênica, já que não são todas as almas racionais que estão purificadas. Ou, como afirma Agostinho: “na verdade, não é toda e qualquer alma racional, mas aquela que for santa e pura, aquela que for declarada preparada para essa visão: isto é, aquela que mantiver são