Filme: “A História de Florence Nightingale”
Florence, então, decidiu aprender técnicas de cuidar para se tornar uma enfermeira e assim poder exercer o seu dom. Mas sua família não concordava com essa ideia, pois o trabalho de enfermeira àquela época era bastante malvisto, a sociedade preconizava as enfermeiras, pois era um trabalho de prostitutas e de cozinheiras, e elas, na maioria das vezes, se relacionavam sexualmente com os médicos. Mesmo sem o conhecimento e o apoio familiar, Florence foi para o Instituto Kaiser, na Alemanha, e lá aprendeu sobre Higiene e Nutrição.
Quando voltou da Alemanha, Florence tornou-se administradora de um hospital de caridade. Naquele local de trabalho ela ensinou as enfermeiras a tratarem melhor os pacientes e a selecionar melhor os fabricantes de remédios.
Em 1854 eclodiu a Guerra da Criméia e ela queria se tornar voluntária para cuidar dos inúmeros soldados feridos. Após muita insistência, conseguiu autorização para ir e levar uma equipe de 38 enfermeiras capacitadas e selecionadas com muito rigor.
Assim que chegaram ao Hospital Militar de Scutari, Turquia, essas mulheres puderam ver o caos daquele lugar. Havia mais de dois mil casos, uns com cólera, outros com ferimentos ou até com simples desinteria. O local em que os soldados ficavam era sujo, cheio de ratos; tinha uma péssima ventilação; estava lotado; faltava material hospitalar como macas, talas, ataduras e remédios; não havia lençóis limpos e nem cobertores; as roupas dos soldados estavam sempre sujas; os médicos não limpavam as feridas e os curativos. Aquele era o inferno na terra.
No início, Florence nada pode fazer, pois os médicos eram muito machistas e não aceitavam a ideia de uma mulher cuidar de um soldado de guerra.