Com linguagem direta para massa popular, o Tropicalismo impulsionou a modernização da cultura brasileira fundindo influências nacionais e internacionais. Caetano Veloso e Gilberto Gil tiveram grande destaque numa apresentação, em 1967, que representou o início da Tropicália. Ao longo do tempo, este movimento foi ganhando cada vez mais força, sendo esta traduzida em canções que enfatizavam o diálogo de repúdio às estruturas ideológicas e culturais do País. Foi por esta razão que os jovens vaiaram Caetano ao cantar “É proibido proibir”. Em 1969, com a proclamação do AI-5 no regime militar, Caetano e Gil foram presos e, após um tempo, exilados em Londres. De maneira simples e direta, o documentário Tropicália, de Marcelo Machado, discute sobre a história desse movimento através do ponto de vista e de relatos de grandes nomes do Tropicalismo. Desta forma, a inversão cronológica no início do filme, marcada pela presença de Caetano Veloso e Gilberto Gil em um programa na televisão portuguesa, foi uma maneira interessante de deixar subentendido qual o parâmetro utilizado para abordagem do tema. Mostrando-se imparcial e fiel aos fatos, o documentário retrata diferentes opiniões entre os participantes que apoiavam o movimento. A crítica de Rogério Duarte ao produtor e empresário Guilherme Araújo foi exposta apenas para retratar que ambos foram necessários para o fortalecimento do Tropicalismo seja na forma artística ou na forma comercial. Além disso, o documentário se diferencia de outros por ser interessante e criativo o modo com que o rico acervo de imagens contemplados por fotografias, programas de televisão e até mesmo cenas de filmes se integram com a dinâmica utilizada para mostrar as músicas mais relevantes e os comentários de grandes nomes do movimento como Tom Zé, Rita Lee, Gal Costa, José Carlos Capinan, entre outros. O caráter inovador permanece ao mostrar as reações e, até mesmo, teorias de alguns destes grandes artistas assistindo ao mesmo documentário,