Filme chaplin "tempos modernos"
No início do filme, quando um grande relógio nos mostra a hora da entrada dos operários na fábrica, os enquadramentos se deslocam rapidamente para um amontoado de homens apressados, dirigindo-se a seus empregos e, numa analogia, esses trabalhadores foram substituídos por ovelhas e carneiros, numa alusão ao fato de que estamos trafegando nesse mundo sem uma clara definição de nossos rumos, seguindo as orientações de "pastores" que não conhecemos em grande parte dos casos.
Há uma simbologia específica que permeia tais momentos do filme, como no caso da primeira seqüência descrita anteriormente, representativa no sentido de apresentar a crítica em relação a modernidade, a forma como estamos lidando com o avanço da tecnologia, o modo como estamos sendo integrados as engrenagens dentro de um sistema, como se fossemos também molas que complementam e articulam o movimento das máquinas e de todo processo produtivo,(o operário como parte do todo).
Numa sala isolada, o presidente (o gerente), por meio de um sistema de som e vídeo, tem controle total de todas as dependências da fábrica. Pelo sistema aciona, um técnico, operando um mecanismo que controla automaticamente a fábrica e regula a velocidade de uma esteira, onde operários, executam um conjunto de gestos operatórios, ou seja, gerente planeja e operário executa. Os gestos são extremamente simples e repetitivos. A esteira que passa em frente aos operários define a ação necessária de cada um e sua velocidade regula o ritmo dos movimentos. Em torno dos operários, supervisores controlam o ritmo adequado das tarefas. Eliminam as circunstâncias externas que possam atrapalhar o trabalho. Cuidam das “relações humanas” no trabalho (cena do supervisor, interferindo na briga de Chaplin com seu companheiro de trabalho), trabalho em equipe. Chaplin sintetiza a figura do operador. Aperta, incessantemente, parafusos que passam em