Fichamento
FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1999.
[...] Visamos propiciar uma reflexão, voltada para a ação, para colocar em pauta de discursão alguns dispositivos de intervenção profissional no processo prático-operativo próprio do Serviço Social. Estes dispositivos, no entanto, têm seus pressupostos e supostos em determinados paradigmas ou concepções teóricos-metodológicas, que não é possível desvelar no espaço aqui disponível, mas a que não poderíamos deixar de fazer referência. (p. 43) Definimos como paradigma da correlação de forças a concepção da intervenção profissional como confrontação de interesses, recursos, energias, conhecimentos, inscrita no processo de hegemonia/contra-hegemonia, de dominação/resistência e conflito/consenso que os grupos sociais desenvolvem a partir de seus projetos societários básicos, fundados nas relações de exploração e de poder. (p. 44) O paradigma da correlação de forças configura uma ruptura com as visões clínica e tecnocrática da intervenção profissional. (p. 44) Este paradigma implica também uma ruptura com a visão mecanicista da sociedade que nega o papel do sujeito na transformação social, reduzindo as mudanças superestruturais a reflexos das condições materiais, colocando o Serviço Social na função de controle social[...]. (p. 45) Como assinala Bourdieu (1992, p. 72), “o modo de pensar relacional [...] é, demonstrado por Cassirer em Substância e função, a marca distintiva da ciência moderna” [...] (p. 45) A estrutura se constitui, pois, num processo de relações fundamentais que são os pressupostos básicos, as condições de possibilidade de uma formação social determinada, ou seja, seu modo de produção dos bens, da vida, dos homens, do imaginário social. (p. 46) O conceito de mediação implica, ao mesmo tempo, uma questão ontológica e uma questão epistemológica (Pontes, 1995), isto é, o pensamento