Fichamento
Capitais da cultura e cidades globais
A globalização nos leva a novos entendimentos sobre espaços e lugares, bem como a reimaginar a nossa localização geocultural e geográfica.
Os nossos locais de pertencimento, são condicionados por uma grande variedade de estilos e informações, tornando esses locais múltiplos e flexíveis, ou seja, os “habitats de significado”, como são chamados por Zygmund Bauman.
As diferenças internas de cada cidade variam notoriamente. Zugmunt Bauman diz que em cidades ou bairros muito homogêneos é mais difícil “adquirir as qualidades de caráter e as destrezas necessárias para confrontar as diferenças entre seres humanos e as situações de incerteza”, o que leva a inclinação de “temer o outro, pela simples razão de ser o outro” (Bauman, 1999:64).
Segundo Amália Signoreli, nos Estados Unidos, muitas cidades vêm se transformando “em constelações de guetos, miseráveis ou de luxo, reciprocamente segregados, que, quando se conectam a circuitos nacionais de integração política, econômica e cultural, fazem-no de maneira isolada, cada um por si”.
Já na Europa e nas cidades latino-americanas formadas a partir dos modelos europeus, mesmo com a separação entre bairros ricos e pobres, fomentou-se a convivência interétnica, ou seja, as cidades cumpriram funções modernizadoras e integradoras dos migrantes.
Mesmo que nas duas últimas décadas algumas cidades como São Paulo, Paris e Berlin, criaram condomínios fechados e monitorados, por questões de insegurança, ainda assim prevalece a concepção urbanística integradora, onde as grandes cidades são âmbitos disponíveis para a interculturalidade, provavelmente “os únicos espaços onde é possível fazer circular a informação e comparar as experiências untos a uma concentração de pessoas suficientemente ampla para constituir um conjunto de relações relevantes em relação ao sistema social