Fichamento

RIBEIRO, Carlos. Caçador de ventos e melancolias; Um estado da lírica nas crônicas de Rubem Braga.: In: Evolução da Crônica no Brasil Salvador, EDUFBA, 2001.

FICHAMENTO

“De acordo com Jorge de Sá, “era apenas uma sessão quase que informativa, um rodapé onde eram publicados pequenos contos, ensaios breves, poemas em prosas, tudo, enfim que pudesse informar os leitores sobre os acontecimentos daquele dia ou daquela semana, recebendo o nome de folhetim”. (p 39)
“O folhetinista é a fusão admirável do útil e do fútil, o parto curioso e singular do sério, consorciado com o frívolo. Estes dois elementos, arredados como pólos, heterogêneos como água e fogo, casam-se perfeitamente na organização do novo animal”. (p 39).

“No início do século XX, o Brasil-e, sobretudo, o seu principal pólo cultural, o Rio de Janeiro—passava por um dos melhores momentos mais intensos de transição cultural. A iniciativa de João do Rio, de buscar os temas das crônicas nas ruas da capital, “fazendo do rodapé jornalístico o espaço de representação da realidade mais cotidiana”, apontava para uma importante renovação que começava a ocorrer na cultura brasileira, com a representação, nas letras e nas artes, da sua própria realidade social e a busca de uma consciência criadora nacional”, (p 41)

“[...] O passado deixava de ser venerado e copiado. A grande revolução não se daria apenas no campo da estética” (p 41).

“Desde a época de Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Machado de assis até Olavo Bilac, entre outros, não passava de um apêndice em relação a gêneros considerados mais nobres, como o romance, o conto e a poesia” (p 43).

“Durante quase toda a história literária brasileira, a crônica seria tratada pelos seus autores como um filho caçula, ao qual se dedica grande afeto, mas a quem não se confia missões mais importantes” (p 43).

“Em toda história da crônica no Brasil, apenas um único autor, Rubem Braga, dedicou-se exclusivamente a este gênero. A exceção que