Fichamento
IPOL – Instituto de Ciência Política
Introdução à Ciência Política
Texto 14: LACLAU, Ernesto. A pluralidade do social. Os Novos movimentos Sociais e a Pluralidade do Social. http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_02/rbcs02_04.htm
Laclau procura dar esclarecimentos sobre os novos movimentos sociais na América Latina. Estes movimentos constituem uma quebra de paradigma, pelo qual os cientistas sociais se utilizavam para caracterizar os movimentos, sendo constituído pela identificação dos agentes através de categorias pertencentes a uma estrutura social, a determinação do tipo de conflito através de paradigma diacrônico-evolucionário e pelo espaço político unificado. Para melhorar a análise dos movimentos contemporâneos foi preciso remover o sujeito do centro de análise e admitir cada posição de sujeito, que se ocupa de vários lugares de uma estrutura. Não se pode fazer nenhuma relação prévia entre o discurso de um agente social, pois devemos tratá-lo como uma pluralidade, formado por várias posições de sujeito. Uma peculiaridade de novos movimentos sociais é que estes se ocupam com assuntos sobre a subordinação racial, cultural e sexual, local de residência, e aparatos institucionais. Há uma tendência de autonomia das posições de sujeito ao mesmo tempo em que há uma tendência em juntá-las – articulação. Essas duas tendências são contraditórias, mas são construtivas e fundamentais. Sobre o imaginário político, este é para Laclau um conjunto de significados que operam como horizonte, ou seja, um momento de totalização de várias pelejas sociais. Ele está sempre presente, mas seu papel pode se alterar, como em lutas ecológicas ou feministas, em que se restringe a relações sociais específicas. Um aspecto importante de movimentos sociais da América Latina é que as lutas sociais se baseiam em uma pluralidade de exigências, levando à proliferação de espaços políticos, em vez de ser um conflito totalizante.