Fichamento: O que é Loucura
A tarefa que o autor se propõe é questionar o vínculo entre loucura e patologia que foi delimitado no mundo moderno.
Após inserir a loucura na racionalidade e advertir que não é tarefa fácil ou conclusiva a explicação do que é loucura leva-se o campo dos estudos da loucura para fora das ciências biológicas cuja abordagem é normatizar o comportamento humano e excluir o louco como sub-humano.
A loucura é descrita como um fenômeno relacional: o louco em relação ao estágio anterior a doença ou em relação à cultura, sociedade e aos costumes dos quais fazem parte.
A sociologia e a etnografia são boas aliadas a tal tarefa pois oferecem exemplos de como a loucura é tratada em diferentes sociedades mas falta a ambas o questionamento do que tornou a loucura uma doença mental fato que cabe à história demonstrar.
A partir dessa constatação Michel Foucault, sobretudo o livro “História da Loucura” vem a preencher esta lacuna.
Mas não se trata da história da loucura enquanto doença objeto de estudo e tratamento da psiquiatria e sim das mudanças que sofreu o olhar sobre os insensatos entre o final da idade média até o mundo moderno quando há a consolidação da clínica e a medicina passa a ser o interlocutor absoluto da loucura a despeito de o louco ter recobrado a capacidade de linguagem seja pela poesia ou pela psicanálise que Freud praticava.
Na idade clássica se inicia a exclusão do louco por meio de internamentos junto aos pobres e que não são mais dignos de caridade.
O discurso do louco é sempre julgado e entendido segundo a moral, religião e há todo um aparato para destituí-lo de razão ou de possibilidade de compreensão. Ao louco falta subjetividade sendo o conjunto de sintomas o meio que a medicina do século XIX tem para observar a doença, não a pessoa.
Atualmente o poder psiquiátrico construiu um discurso que nem mais se refere ao seu objeto