Estudante

Fichamento do texto: “Basaglia com Lacan” de Carlo Viganò.

O autor faz uma conjunção entre a experiência de Basaglia e o ensinamento de Lacan, mostrando a dimensão ética para com a loucura e a potencialização das respectivas teorias. Elas são reforçadas por causa da direção comum entre elas. Admite-se que existem contribuições positivas trazidas pelo modelo basagliano para o campo da saúde mental, já que aponta a relevância da inserção social dos pacientes psiquiátricos. Porém, formulam-se críticas à concepção de sujeito utilizada na implementação do modelo basagliano e também ao tipo de laço social por ele implicado.
A abolição do manicômio, um dos maiores êxitos de Basaglia, não deve ser considerado como um mero fato legislativo. Fica-se a impressão que a lei inspirou o entendimento, quando o inverso é que é verdadeiro – Reforma do Entendimento x Reforma Legislativa. Há de se admitir que o reconhecimento do Psicoterapeuta, derivou da construção psicanalítica. Por isso, não se pode ter efeito de fechamento, o que exatamente a lei vai implicar, quando se considera apenas o fato legislativo trazido por Basaglia.
Interessante notar que Viganò trabalhou com Basaglia, em sua primeira intervenção, em um hospital psiquiátrico de Gorizia nos anos 60. Viganò, na tentativa de unir sujeito psíquico e social, escreveu esse texto, que tem como título: “Basaglia com Lacan”, no qual propõe uma conjunção entre a experiência de Basaglia e o ensinamento de Lacan, enfatizando que “a dimensão ética que souberam dar à loucura marca uma direção comum e capaz de potencializar-se reciprocamente” (Basaglia com Lacan, p. 16).
O autor formula a hipótese: “Se Basaglia tivesse lido Lacan, haveria dito que o fechamento dos manicômios é uma troca de discurso e que o discurso do analista pode motivar a posteriori esta passagem” (Basaglia com Lacan, p.16).
Não há como mensurar a loucura, coisa que Focault já havia denunciado, com a própria forma moderna de doença que foi