Fichamento C Pia
O Brasil, nas últimas décadas, vem confirmando, infelizmente, uma tendência de enorme desigualdade na distribuição de renda e elevados níveis de pobreza.
Trata-se de um relato empírico e descritivo, que retrata a realidade da pobreza e da desigualdade.
Uma perversa desigualdade na distribuição da renda e das oportunidades de inclusão econômica e social.
Pobreza no Brasil: afinal, qual o seu tamanho?
A evolução da pobreza e da indigência no Brasil entre 1977 e 1998 pode ser reconstruída a partir da análise das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pobreza, evidentemente, não pode ser definida de forma única e universal. Considerando o período como um todo, constatamos que a porcentagem de pobres declinou de cerca de 39% em 1977 para cerca de 33% em 1998.
Determinantes imediatos da pobreza: escassez de recursos e desigualdade na distribuição de recursos
A pobreza responde a dois determinantes imediatos: a escassez agregada de recursos e a má distribuição dos recursos existentes.
O grau de pobreza no Brasil é significativamente superior à média dos países com renda per capita similar à nossa, sugerindo a relevância da má distribuição dos recursos para explicar a intensidade da pobreza nacional.
A desigualdade, em particular a desigualdade de renda, é tão parte da história brasileira que adquire fórum de coisa natural. Além disso, como discutimos anteriormente, nosso extremo grau de desigualdade distributiva representa o principal determinante da pobreza.
O Brasil e o mundo: uma comparação da estrutura da desigualdade.
A comparação internacional entre os coeficientes de Gini, presente no Gráfico 4, revela que apenas a África do Sul e Malawi têm um grau de desigualdade maior que o do Brasil.
A perversa estrutura de distribuição de renda no Brasil pode ser traduzida em números nada frios e plenos