Fichamento "a ordem do discurso"
Curso: Letras- Inglês 2013.1
Disciplina: Estudos Filosóficos (Celso Silva)
Discente: João Paulo P. Costa
FOUCAULT, Michel. A ordem do Discurso – Aula Inaugural no College de France, Pronunciada em 2 de Dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 1996. 3ª edição.
Existe muita gente, penso eu, um desejo semelhante de não ter de começar, um desejo de se encontrar, logo na entrada, do outro lado do discurso, sem ter de considerar do exterior o que ela poderia ter de singular, de terrível, talvez de maléfico. Pag. 6
Em uma sociedade como a nossa, conhecemos é certo, procedimentos de exclusão. O mais evidente o mais familiar também é a interdição. Sabe-se bem que não se tem o direito de dizer tudo, que não se pode falar de tudo, em qualquer circunstância, que qualquer um enfim, não pode falar de qualquer coisa. Tabu do objeto, ritual da circunstância, direito privilegiado ou exclusivo do sujeito que fala. Pag. 9
Creio que essa vontade de verdade assim apoiada sobre um suporte e uma distribuição institucional tende a exercer sobre os outros discursos – estou sempre falando sobre nossa sociedade – uma espécie de pressão e como com um poder de coerção. Pag. 18
O discurso verdadeiro, que a necessidade de sua forma liberta o desejo e libera do poder, não pode reconhecer a vontade de verdade que o atravessa, e a vontade de verdade que o atravessa; e a vontade de verdade, essa que se impõe a nós há bastante tempo, é tal que a verdade que ela quer que não possa deixar de mascará-la. Pag. 20
Só aparece aos nossos olhos uma verdade que seria riqueza, fecundidade, força doce e insidiosamente universal. E ignoramos, em contrapartida, a vontade de verdade, como prodigiosa, maquinaria destinada a excluir todos aqueles que, ponto por ponto, em nossa história, procuram contornar essa vontade de verdade e recolocá-la em questão, contra a verdade. Pag. 20
Em suma