Fichamento - A Era das Revoluções (Hobsbawn)
Texto: A era das revoluções, cap IV
Autor: Eric Hobsbawm
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“Socialmente falando, os beligerantes estavam muito desigualmente divididos. Excetuando a própria França, havia somente um Estado importante cujas origens e simpatias revolucionárias para com a Declaração dos Direitos do Homem poderiam dar-lhe uma inclinação » ideológica para o lado francês: os Estados Unidos da América.”
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“Um sério sentimento político pró-França ou filo-jacobino existia em geral em certas áreas contíguas à França, onde as condições sociais eram semelhantes ou os contatos culturais permanentes.”
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“A verdade é que, na maior parte, o jacobinismo no exterior exerceu um apelo ideológico direto sobre as classes instruídas e média e, portanto, sua força política dependia da capacidade ou vontade que essas classes tinham de usá-lo.”
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“O jacobinismo estrangeiro tinha alguma importância militar, eos jacobinos estrangeiros dentro da França desempenharam um papel significativo na formação da estratégia republicana, como notadamen-te o grupo Saliceti, que por acaso não foi pouco responsável pela ascensão do italiano Napoleão Bonapart» dentro do exército francês e por seus sucessos posteriores na Itália. Mas poucos diriam que ele ou eles foram decisivos.”
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“O conflito fundamental, que dominara as relações internacionais europeias durante quase um século, era entre a França e a Grã-Bretanha. Do ponto de vista dos britânicos, era um conflito quase que totalmente económico. Eles desejavam eliminar seu principal competidor para alcançar o total predomínio comercial nos mercados europeus e o controle total dos mercados coloniais e ultramarinos, que por sua vez implicava o controle dos mares. De fato, eles alcançaram não muito menos que isso como resultado das guerras. Na Europa, este objetivo não implicava ambições territoriais, exceto pelo controle de certos pontos de importância marítima ou a segurança de que estes não cairiam em mãos de Estados suficientemente fortes