FICHAMENTO TEXTO LIA MACHADO
A autora Lia Machado, propõe nesse texto destacar os principais elementos que permitem compreender o processo de modelação dos espaços agrários na Amazônia brasileira a partir da análise histórica de conceitos como “fronteira”, “frente” e “pioneiro”, e também a aplicação desses no Brasil.
A autora inicia seu estudo a partir da obra do historiador norte-americano, Frederic J. Turner, que atribui ao conceito de fronteira os movimentos de povoamento e colonização, sendo definido como um lugar, um estado de espírito e também um processo que avança no espaço. Turner utiliza a linguagem metafórica e analógica para associar a fronteira à um organismo vivo, que é capaz de se adaptar aos fatores ambientais, elevando o estágio de evolução social.
Em sua obra, Turner busca explicar a dinâmica de transformação histórica da nação norte-americana a partir da conquista das terras do oeste, associando a noção de “espaços vazios” e modernização ao povoamento. Para Turner, a disponibilidade de terras livres e não civilizadas significava a oportunidade para cada indivíduo de se apropriar de um minifúndio, tornando-se independente, e através da modernização dessas áreas, até então primitivas, estabelecer o desenvolvimento da democracia nos Estados Unidos.
As teses de Turner se intensificam no Brasil nos anos 70, com a implantação do Plano de Integração Nacional pelo governo militar. O plano tinha por objetivo integrar a região amazônica ao restante do território através da distribuição de terras para empresários e imigrantes, e também do investimento em obras de infra-estrutura de comunicação, transporte, energia.
A ocupação das terras do oeste norte-americano, também serviu de base para o desenvolvimento dos conceitos de frente e zona pioneira, entretanto, para o geógrafo Pierre Monbeig, a “conquista de terras novas” não indicavam, necessariamente, a integração do campo a uma economia de tipo capitalista. Monbeig cita o