Fichamento Semântica Lexical
O signo é uma relação entre um significante e o um significado, e não entre uma palavra e uma coisa, como entendeu o professor acima mencionado. Ao apontar para seu nariz e para a palavra escrita no quadro negro, ele entendeu, erroneamente, que significante é o mesmo que palavra e, significado, o mesmo que coisa. Saussure, no entanto não diz isso. Ao definir uma relação entre um significante, a imagem acústica do signo, e um significado, o seu conceito, o sentido do signo deixar de depender de uma referente fora da língua, como é o caso do nariz, e passa a ser determinado por uma relação entre duas grandezas linguísticas: uma imagem acústica, de ordem fonológica, e um conceito, de ordem semântica. A ideia de que o significado é a coisa é bastante antiga. Na mitologia judaico-cristã ela aparece logo depois da cena da criação.
Hoje há toda uma semântica do referente, desenvolvida na esteira de nomes como Carnap e Frege, na qual se reconhece a herança da tradição lógico-gramatical dominante no mundo ocidental, desde os antigos gregos, passando pela escolástica na Idade Média, pela lógica de Port-Royal na Idade Moderna e seus inúmeros desdobramentos nos séculos XVIII e XIX. Nessa concepção, os estudiosos sempre acreditaram, com alguma variação terminológica de um autor para outro, que as palavras remetem aos conceitos e que estes, por sua vez, representam as coisas. De fato, fazer das coisas do mundo a pedra angular da semântica, tal como é o caso na tradição lógica, é instaurar a semântica com base em certos pressupostos filosóficos. Se as expressões das línguas humanas apontam para conceitos situados fora delas e concebidos como independentes desta ou daquela língua natural, isso quer dizer que tais conceitos são universais, logo imutáveis para todo e qualquer ser humano, pouco importando em que cultura este tenha nascido e sido criado. A tradição retórico-interpretativa, por seu turno, prefere transferir o eixo da produção do