Fichamento pierre clastres (a sociedade contra o estado e arqueologia da violência)
A questão do poder nas sociedades primitivas.
- Primeira definição de sociedade primitiva: comunidades em que no interior das quais não se verifica uma divisão de seus membros entre dominantes e dominados, exploradores e explorados, entre os que comandam e os que obedecem:
Características da sociedade primitiva:
1. Ausência de Estado:
Sociedades primitivas são aquelas onde não existe o Estado, onde não há uma divisão entre a própria sociedade e o poder político. Logo, pode-se classificar as sociedades em dois grupos: as que possuem o Estado e aquelas que não o possuem, que são as sociedades primitivas.
2. Ausência de divisão de classes:
Todas as sociedades com Estado são divididas entre dominantes e dominados, já as sociedades primitivas, desconhecem essa divisão, podemos dizer que são homogêneas porque o poder não é um órgão em separado do corpo social, o poder político é do grupo, para o grupo. Assim, existe uma igualdade entre os indivíduos, independente do sexo, da descendência.
O Estado como definidor de ‘humanização’: - Prejuízo do Darwinismo social à Antropologia política: As sociedades primitivas vistas como comunidades humanas à beira da animalidade, compartilhando da rudeza e da cegueira instintiva do mundo animal. De acordo com o pensamento grego clássico, o homem é um ser naturalmente político e a política é o exercício de poder de uma parte do grupo sobre a outra, a relação de dominados e dominadores seria então inata ao ser humano e a existência do rei imprescindível de acordo com os filósofos gregos. Então, a possibilidade de existência de um grupamento social sem a figura de um rei, é rejeitada, como se estas formas de sociedade fossem ‘não-sociedades’, considerando assim estes grupos uma conjunção humana com características animalizadas. Com essa mentalidade, os europeus que aportaram na América e se depararam com esse novo modelo social, onde o chefe não tinha poder sobre a tribo, os definiram