FICHAMENTO PEDRO DEMO PESQUISA QUALITATIVA
DEMO, Pedro. Pesquisa qualitativa. Busca de equilíbrio entre forma e conteúdo. In: Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 2, p. 89-104, abril 1998. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rlae/v6n2/13912.pdf. Acesso em: 03 set. 2013. • Algumas evoluções da pós-modernidade em ciência trouxeram certa mudança de expectativa com respeito à pesquisa qualitativa. Podemos, a título de sistematização preliminar, distinguir três fases da discussão:
a) na tradição positivista, pesquisa qualitativa não fazia muito sentido, pela própria exclusão da dialética como método importante da reconstrução do conhecimento; tomando as ciências exatas e naturais como modelo paradigmático, as ciências sociais teriam como desafio intrínseco absorver as mesmas regras; o próprio marxismo ortodoxo não escapou disso, quando exagerou na dose do materialismo histórico e dialético, selecionando, na realidade, de preferência a manifestação material; b) a introdução dos métodos qualitativos veio como reivindicação das ciências sociais e humanas, inconformadas com a “ditadura do método”, que assumia como real apenas o que cabia no método, em vez de privilegiar a relação contrária: o método de captação da realidade deve subordinar-se às marcas da realidade; também sob a influência de discussões acaloradas em torno da fenomenologia e da hermenêutica, começou-se a falar de método qualitativo, que, de princípio, não tinha nada de mais específico, a não ser a reação contra a imposição quantitativista; com o tempo, surgiram propostas mais concretas, que passaram pela pesquisa participante, pesquisa-ação, história oral, até a atual etnometodologia;
c) atualmente, o debate segue outros rumos, além dos já aludidos, por conta de questionamentos radicais que a metodologia científica pós-moderna vem fazendo aos paradigmas anteriores; pelo menos em certa medida, as pretensões das