Fichamento Hesse
O autor Konrad Hesse presenta, expõe e explica a opinião de Ferdinand Lassalle sobre a Essência da Constituição. Segundo Lassale, as questões constitucionais são questões políticas e não jurídicas. Isso ocorre devido ao fato da Constituição expressar relações dominantes de poder exercido por militares, latifundiários, industrias, capital e por intelectuais. O resultado das interações entre tais grupos irá formar a Constituição Real do país segundo o autor citado. Já a Constituição Jurídica tem um papel mais representativo que ativo. Sendo assim, sua capacidade de regular e motivar é limitada, já que deverá ser compatível com os aspectos da Constituição Real.
Ainda nesse capítulo, Hesse cita uma afirmação de Georg Jellinek que fala da ineficiência das normas jurídicas quanto ao controle da divisão de poderes políticos; tal afirmação é evidenciada pelo desenvolvimento das Constituições como suporte para reparar as lacunas deixadas por tais normas. Além disso, as forças dominantes são regidas por leis próprias que não estão, necessariamente, ligadas às formas jurídicas. O autor chama atenção para o fato de toda essa conjuntura citada anteriormente permanecer no presente. Ainda sobre Lassalle, Hesse afirma que a ideia do autor comentado é ainda mais fascinante por ser aparentemente simples e evidente, além de ser firmada na história constitucional, que conta que o poder da força encontra-se sempre superior ao poder das normas jurídicas.
Posteriormente, o autor expressa que para que a Constituição Jurídica seja eficaz, ela deverá coincidir com a Real, seguindo o raciocínio de Lassalle. Ela representa apenas um limite hipotético extremo já que há um conflito entre a realidade estática da Constituição Jurídica e a realidade fluida da Real, conflito esse sempre vencido pela última. Assim, enxergando esse conflito presente no Direito Constitucional e analisando-o, é possível concluir que tal Direito se opõe claramente a essência do seu objeto de estudo: a