Fichamento - Halbwachs, Maurice. A Memória Coletiva.
“Fazemos apelo aos testemunhos para fortalecer ou debilitar, mas também para completar, o que sabemos de um evento do qual já estamos informados de alguma forma, embora muitas circunstâncias nos permaneçam obscuras.” (Pág. 25)
“Certamente, se nossa impressão pode apoiar-se não somente sobre nossa lembrança, mas também sobre a dos outros, nossa confiança na exatidão de nossa evocação será maior, como se uma mesma experiência fosse recomeçada, não somente pela mesma pessoa, mas por varias.” (Pág. 25).
“Mas nossas lembranças permanecem coletivas, e elas nos são lembradas pelos outros, mesmo que se trate de acontecimentos nos quais só nós estivemos envolvidos, e com objetos que só nós vimos. É porque, em realidade, nunca estamos sós. Não é necessário que outros homens estejam lá, que se distingam materialmente de nós: porque temos sempre conosco e em nós uma quantidade de pessoas que não se confundem.” ( Pág. 26)
[As nossas lembranças são marcadas por aquilo que vivemos através do conhecimento que adquirimos pelo relato de outras pessoas ou pelo conhecimento que adquirimos através de experiências próprias].
“Assim, para confirmar ou recordar uma lembrança, as testemunhas, no sentido comum do termo, isto é, indivíduos presentes sob uma forma material e sensível, não são necessárias. Elas não seriam, todavia, suficientes. Acontece, com efeito, que uma ou varias pessoas, reunindo suas lembranças, possam descrever muito exatamente os fatos ou os objetos que vimos ao mesmo tempo que elas, e mesmo reconstituir toda a sequência de nossos atos e de nossas palavras dentro das circunstâncias definidas, sem que nos lembrássemos de tudo aquilo.” (Pág. 27).
[É formada uma memória coletiva, onde o protagonista dos fatos pode até conseguir forma uma cena com a descrição dos acontecimentos, mas não consegue se inserir neles].
“Pode ser que essas imagens reproduzam mal o passado, e que o elemento ou a parcela de lembrança que