Fichamento: Memória coletiva e memória histórica - Maurice HALBWACHS
_Na primeira metade do século passado, o sociólogo Maurice Halbwachs, no livro A memória coletiva (1990 [1949]), procurou sublinhar a diferença entre duas palavras: memória e história. Suas reflexões poderiam ser sintetizadas da seguinte forma: a memória coletiva ou social não pode se confundir com a história. Ao contrário, a história, na sua leitura, começa justamente onde a memória acaba e a memória acaba quando não tem mais como suporte um grupo. Em outras palavras, a memória é sempre vivida, física ou afetivamente. No instante em que o grupo desaparece, a única forma de salvar as lembranças, que para os grupos existentes são exteriores.
_O autor começa o texto fazendo uma análise sobre a memória e distingue duas memórias que chamou de "memória autobiográfica e memória histórica. A primeira se apoiaria na segunda, pois toda história de nossa vida faz parte da história em geral. Mas a segunda seria, naturalmente, bem mais ampla do que a primeira. Por outra parte, ela não nos representaria o passado senão sob uma forma resumida e esquemática, enquanto que a memória de nossa vida nos apresentaria um quadro bem mais contínuo e denso”.(p-55)
_"A história, com efeito, assemelha-se a um cemitério onde o espaço é medido e onde é preciso, a cada instante, achar lugar para novas sepulturas." (p-55)
_"Não é na história aprendia, é na história vivida que se apóia nossa memória."(p-60)
_"A história não é todo o passado, mas também não é tudo aquilo que resta do passado. Ou, se o quisermos, ao lado de uma história escrita, há uma história viva que se perpetua ou se renova através do tempo e onde é possível encontrar um grande número dessas correntes antigas que haviam desaparecido somente na aparência." (p-67)
_"Costumes modernos repousam sobre antigas camadas que afloram em mais de um lugar." (p-68)
_Dessa maneira, a história é escrita e impessoal