Fichamento do livro: O teatro das Oligarquias - Capítulo 3
- Capítulo 3 Como o título sugere, este capítulo irá enfocar, com prioridade, a participação do Estado Nacional como ator político relevante, em um evento de grande significação para a Primeira República: o Convênio de Taubaté. Sob o ponto de vista mais geral, o estudo desse evento tem a sua importância ampliada, por ter o Convênio implicado, pela primeira vez, no abandono das prerrogativas liberais pelas elites políticas brasileiras. Seu êxito, mesmo que relativizado por muitos, serviu de motivo para que novas intervenções valorizadoras ocorressem como solução de crises futuras. Grande parte dos trabalhos existentes acerca do Convênio de Taubaté afiança que Minas Gerais, em função da precariedade de sua economia cafeeira, não tinha grande interesse na viabilização do programa valorizador. Que sua participação foi muita restrita e se deu em função da aliança política que mantinha com São Paulo. Este, por sua vez, poderia por si mesmo realizar a política de valorização com recursos próprios, mas teve que se unir aos demais estados produtores, para fortalecer sua posição política, na defesa de suas prerrogativas e conseguir o endosso da União ao grande empréstimo de 1908. Com base nas leituras feitas pela autora, ela afere que a participação mineira no programa foi analisada apenas tangencialmente, mesmo por aqueles autores cujos objetivos principais eram avaliar o grau de interesse e mobilização das elites mineiras em torno dos interesses do café. Tais estudos não analisaram eventos específicos nos quais esses interesses se cruzaram, como foi o caso das políticas de valorização. Em relação ao Estado Nacional, sua participação pode ser avaliada como eivada de restrições. O governo federal sofria pressões dos cafeicultores em prol da realização do Convênio, de outros setores dominantes não cafeicultores que se opunham