Fichamento do livro A Ideologia da Velhice
O objeto de estudo do livro é a ideologia da velhice, através da compreensão de três ordens de discursos: “Ciência” (geriatria e gerontologia), Estado brasileiro e os “programas” criados pelo Serviço Social do Comércio (SESC).
A autora inicia falando que o trabalho em nosso sistema é explorado durante a vida toda e diante dessa degradação, paradoxalmente são crescentes as propostas de reparos para a tragédia dos velhos.
Através de dados do IBGE (1960, 70 e 80) ela mostra o grande crescimento da população idosa.
Conforme os estudos da autora, na época a produção dos teóricos da velhice (geriatria e gerontologia) não passa de uma produção ideológica da ciência da burguesia, enquanto tal, de um instrumento de dominação.
Os teóricos da velhice apelam para o subjetivismo e ao idealismo, não se dando conta da produção social da velhice.
Ao falar sobre a geriatria e gerontologia a autora apresenta trechos de estudiosos da área e mostra o quanto têm um discurso tendencioso, ignorando as contradições da sociedade capitalista.
Quanto ao Estado, em resposta a uma série de reivindicações e mobilizações dos operários, surgiam uma série de medidas legais tais como: Lei que ampara vítimas de acidente de trabalho (1919), Caixas de aposentados e pensões (1923), Lei de Férias (1926), etc.
Com uma atuação controladora, o Estado levou a desmobilização da classe operária após 1935.
Com o golpe militar de 64, houve total exclusão da classe trabalhadora do processo político.
No contexto da ditadura militar o Estado se mostrou claramente burguês, mas se apresentou supostamente preocupado em apresentar soluções para o problema da velhice.
O Estado criou medidas que normatizavam a prestação da assistência aos idosos.
Essas medidas vieram através de portarias que visavam a assistência aos idosos, entretanto, sob o peso do “aparelho mental” do Estado os idosos estiveram longe de serem assistidos.