bauman
OU: PRECISAMOS MESMO PENSAR O URBANO, NESSA "MODERNIDADE LÍQUIDA"
"O tempo passaria, antigos impérios cairiam e novos ocupariam seus lugares. As relações de classe tinham de mudar antes que eu descobrisse que não é a qualidade e a utilidade dos bens que importam, mas o movimento, não o que você é ou o que tem, mas de onde você vem, para onde vai e em que ritmo está chegando lá."
(C.L.R. James, in Beyond a boundary, 1984)
1. TRANSITORIEDADE E INDIVIDUALISMO
O autor começa esse primeiro capítulo do livro falando sobre a tendência que os cidadãos europeus vêm tendo em sentir medo, mesmo com todos os aparatos que têm à sua disposição em termos de segurança, nessa pós-modernidade líquida em que vivemos. E vou além. Esse medo é generalizado, está presente em todas as grandes cidades, de todos os continentes do planeta. Um exemplo claro desse medo é facilmente observado numa cidade como São Paulo. Mas por que essa tendência estranha que os cidadãos do mundo desenvolvido vêm tendo em sentir medo? O autor traz algumas suposições: "se nossas relações ainda não são aquelas que gostaríamos de desenvolver; se as regras não são exatamente como deveriam e, a nosso ver, poderiam ser; tendemos a imaginar maquinações hostis, complôs, conspirações de um inimigo que se encontra em nossa porta ou embaixo de nossa cama. Em suma, deve haver um culpado, um crime ou uma intenção criminosa".
Onde vivem os monstros? Os nossos monstros? O autor cita Castel, que "chega a conclusão análoga quando supõe que a insegurança moderna não deriva da perda da segurança, mas da ?nebulosidade (ombre portée) de seu objetivo?, num mundo social que ?foi organizado em função da contínua e laboriosa busca de proteção e segurança?".
É inútil obter uma segurança completa! Além das explicações socioeconômicas desse fenômeno, estão as imagens que assinalam uma robusta realização humana, uma nova forma de