Bauman

Nascido na Polônia em 1925 e radicado em Londres desde 1968 por ser uma persona non grata ao regime comunista, Zygmunt Bauman é um dos mais importantes sociólogos ainda vivos. Sua obra trata, principalmente, do desconforto causado por um mundo onde as incertezas imperam e as relações “liquidas” não permitem o estabelecimento de vínculos estáveis e duradouros. Além disso, Bauman discorre também a respeito da função da Sociologia na sociedade.
De acordo com o sociólogo polonês, a Sociologia quando surge como ciência tem por função auxiliar os reis, legisladores, presidentes a governar de forma a obter um comportamento desejável das pessoas, criando condições harmoniosas para o desenvolvimento de uma “boa” sociedade. Todavia este projeto de sociologia foi abandonado devido à renuncia, por parte dos governadores, sobre a responsabilidade do bem estar da sociedade, “Vivemos em tempos de desregulamentação, de descentralização, de individualização”, afirma o autor.
Bauman, em entrevista concedida a Maria Garcia, diz que uma das características deste mundo pós moderno em que vivemos, é o medo do que não é palpável, medo do incerto. Em tempos anteriores os principais medos da sociedade eram pautados em coisas reais e concretas, como o medo da fome, que só pode ser solucionado com comida. Na atualidade, devido ao alto grau de globalização e da interdependência entre os países, os medos passaram a ser incertos, a não ter uma causa e uma solução concreta. Como exemplo, pode-se citar os protestos contra os elevados índices de desemprego que assola a Europa, problema esse que não podem ser solucionados de maneira simples.
Bauman afirma que a liquidez desse mundo causa um grande mal estar na sociedade como um todo pois : “Nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades "auto-evidentes””, ou seja, atualmente tudo tende a “permanecer em fluxo”.