Fichamento de Jorge Miguel Pedreira
Jorge Miguel Pedreira
Para Pedreira o processo de independência do Brasil possui um caráter essencialmente político, diferente de alguns autores como Caio Prado Jr. que vê a independência como “estopim” da crise pela qual o sistema colonial se encontrava. Para ele, Prado Jr., o sistema estava esgotado e não havia possibilidade de reforma ou desenvolvimento e estava, irremediavelmente, condenado a uma desagregação iminente por força das suas contradições intrínsecas. Entretanto, Pedreira junta-se a Caio Prado Jr. e Maria Odila da Silva Santos,na crítica à historiografia nacionalista que ressurge em 1976, com José Honório Rodrigues.
O caráter político que Jorge Pedreira atribui à independência é justificado pelo fato do mesmo não acreditar que houve uma crise estrutural no sistema colonial a ponto de levá-lo a um colapso e possível fim. O contrabando e as inconfidências seriam indícios de que o sistema vigente entrava em crise. Uma vez que a metrópole se mostrava incapaz de observar o comércio exclusivo e abastecer a colônia.
Contudo,
“se é provável que a própria prosperidade mercantil tenha alimentado o crescimento do contrabando,convém notar que o numero de embarcações estrangeiras nos portos do Brasil não é necessariamente a medida do comércio ilegal,no qual nem todas estavam envolvidas.”(PEDREIRA, VER REFERENCIA PROFESSOR)
Outro indício dessa crise seriam as Inconfidências, que representavam o desejo de mudança da população. Ora, a colônia não encontrava-se em crise,aliás era na fase final do antigo sistema colonial,que a mesma foi marcada por uma notável expansão comercial. Conforme Pedreira,a crise do antigo sistema colonial nunca existiu,nem em âmbito econômico,bem com no âmbito político - ideológico.
Além do caráter político atribuído a independência, a dissenção declara-se em torno de questões da organização política bem como a representação simbólica que o império iria adquirir. Ou