Fichamento de citação de "Deuses, o faraó e o poder"
Tensão, Equilíbrio e Legitimidade na Relação Deus-Rei. Nos Capítulos II e III, tratamos da ascensão de um deus dinástico/ primordial, das formas de culto, da descrição através de textos e imagem, da forma de legitimidade e ação do monarca no mundo natural, da dualidade do rei e a relação dual entre o monarca e o deus e, finalmente da complementaridade do pensamento mítico-religioso e representação do deus e do monarca. Chegamos a quatro enunciados do papel desempenhado pelo rei e pelo deus.
I. A legitimidade das ações do rei nos decretos, na diplomacia, nas guerras etc.
II. A legitimidade da natureza dual do monarca e sua “escolha com rei”.
III. A legitimidade exclusiva da natureza divina do monarca diante do deus através da iconografia e dos textos, que estabelecem uma igualdade divina entre o monarca e o deus dinástico / primordial.
IV. A legitimação de um determinado deus como dinástico/ primordial, estanho hierarquicamente superior ás outras divindades pela participação nos mitos cosmogônicos (ou eliminação total destes mitos como no caso de aton). (pág.101,102)
O Templo Egípcio – “a mansão dos milhões de anos”.
Os egiptólogos costumam dividir os templos egípcios em vários tipos; entretanto, duas categorias são mais importantes: a primeira, relacionada aqueles que são dedicados ao culto dos deuses; e a segunda, aos dedicados aos ritos funerários. O templo era o cosmo no microcosmo, representava o corpo do deus no período Raméssida, era local de troca, redistribuição e mercado na economia egípcia. (pág. 104).
Contudo, nas áreas internas do templo, aonde o acesso era restrito a alguns segmentos sacerdotais, o monarca era representado em proporções menores, sendo entendido como um elemento da humanidade que cuida e atende ás necessidades dos deuses, especialmente o pai divino, deus dinástico, que irá abençoá-lo, prometer apoio, fortifica-lo e garantir o poder necessário á manutenção do