Fichamento: Artefatos têm política?
Autor: Langdon Winner
A ideia de tecnologia que está inserida na sociedade, é de que toda nova invenção é criada para o avanço de toda a comunidade, e será utilizada igualmente por todos, sem restrições ou privilégios. Porém esta ideologia pode ser posta a prova quando nos voltamos à política dos artefatos, que é o tema central do texto de Winner. Esta política está implícita na criação e/ou utilização dos artefatos. Levando em consideração que esta política não está exatamente acoplada ao objeto, mas sim em relação à sociedade ou economia em que está inserida a sua tecnologia.
O autor nos mostra duas formas diferentes de propriedades políticas que os artefatos podem conter: uma quando projetos e/ou invenções são voltados para um tipo de comunidade particular e a outra quando os artefatos são inerentemente políticos.
Para exemplificar a primeira forma (tecnologias utilizadas por uma comunidade em particular) podemos citar a implantação de viadutos baixos em Long Island em Nova York, nos anos de 1920 aos 70. Esta implantação peculiar se deu para que os ônibus não pudessem transitar nas vias do parque, restringindo assim a utilização do mesmo a pessoas de uma classe social mais elevada. Além de citar a criação de uma colhedora mecânica de tomates, que tornou desempregados milhares de pessoas e acabou com pequenos agricultores deste ramo, por não terem condições de competir com o baixo preço dos poucos que possuíam esta tecnologia, entre outros exemplos.
As tecnologias influenciam muito a sociedade, sendo assim, é indispensável levar em consideração os prós e os contras das mesmas antes de agregá-la a comunidade. Acreditar que elas visam sempre o melhor para a maioria da população, sendo imparciais seria ingênuo, já que as invenções e suas aplicações são guiadas por motivações humanas e desejo de poder.
A segunda forma (tecnologia inerentemente político) são tecnologias que possuem relação direta com os arranjos