Ficha
Ciência: aspectos históricos e epistemológicos
Conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, tendo surgido apenas no século XVII com a revolução inaugurada por Galileu. Isso não significa que antes não houvesse saber rigoroso, pois desde o século VI a.C. na Grécia Antiga, os homens já desejavam desenvolver um conhecimento que se distinguisse do mito e do saber comum.
De modo que, no século V A.C., Sócrates buscava a definição dos conceitos e por meio da qual pretendia atingir a essência das coisas. Platão indicava o caminho que a educação do sábio deveria percorrer para passar da opinião à ciência.
No pensamento grego, ciência e filosofia se encontravam ainda estreitamente vinculadas e só se separaram na Idade moderna, buscando individualmente seu próprio caminho, ou seja, o seu método.
No entanto pelo que se pode observar a tradição grega retomada na Idade média, valoriza o conhecimento teórico em detrimento das atividades práticas. A “Ciência Medieval” continuava voltada para a discussão racional e desligada da técnica e da pesquisa empírica; seus instrumentos de trabalho eram rudimentares. Sabemos, por exemplo, que as leis cientificas necessitam, geralmente, de uma medida de tempo e até o século XVI os relógios eram raros, o próprio Galileu no século XVII, já usava um relógio de água para medir o tempo.
Como a ciência medieval não é experimental, tampouco emprega a matemática, ela permanece qualitativa como na Antiguidade, mesmo porque os recursos disponíveis ainda são insuficientes para os procedimentos matemáticos.
As explicações de Arisóteles sobre a física e a astronomia geocêntrica são completadas com o modelo de Ptolomeu (séc. II), cuja obra famosa, Almagesto, torna-se a última palavra em astronomia até Copérnico, no século XVI. O modelo da astronomia medieval reproduz o desejo de permanência de uma ordem estabelecida e hierarquizada embutida na