Ficha de leitura - Immanuel Wallerstein
1. Delimitação da unidade de leitura
Wallerstein, Immanuel
As estruturas do conhecimento ou quantas formas temos nós de conhecer?
2. Análise textual Nos parágrafos introdutórios do texto, o autor cita as guerras da ciência, que têm sido pouco claras. O relatório da Comissão Gulbenkian, intitulado Para Abrir as Ciências Sociais, então, visa interpretar essas guerras à luz da longue durée e expressar a perspectiva de que as ciências sociais se tornaram fechadas. No decorrer do texto, é perceptível a preocupação de Wallerstein com a fragmentação da cultura entre a “filosofia” e a “ciência”, uma vez que esta adquiriu uma posição dominante na hierarquia da produção do conhecimento. Em virtude desse antagonismo, houve a divisão entre o estudo do verdadeiro e do bom. Para finalizar, o autor ressalta a necessidade de reintegrar o conhecimento do que é verdadeiro e do que é bom. Para ele, não é precisa a ideia de que existem duas culturas que se contradizem, portanto, nossa tarefa é reconstruir a ordem sistemática do saber para expandir os horizontes do conhecimento.
3. Análise temática O tema central do texto é ‘A divisão tripartida do conhecimento’. O obstáculo surge com a distinção entre as ciências humanas e as ciências naturais e a posterior divisão das ciências sociais em várias disciplinas. Do “divórcio” entre filosofia e ciência decorreram três problemas. O primeiro foi a separação dos objetos de estudo das duas disciplinas. Às humanidades foi delegado o estudo do bem, enquanto à ciência foi instituída a busca da verdade. O segundo foi o questionamento do caráter democrático da ciência empírica. O terceiro problema foi a relutância das pessoas em separar a busca da verdade da procura do bem. O autor propõe, dessa forma, a resolução dessas dificuldades como atividade intelectual central. O modo dominante das ciências naturais, isto é, a forma da ciência baseada na mecânica newtoniana, foi alvo de dois ataques designados por