FIBRAS VEGETAIS COMO REFORÇO PARA TERMOPLÁSTICOS
PARA TERMOPLÁSTICOS
Por Paulo Aparecido dos Santos,
João Carlos Girioli
1. INTRODUÇÃO
O uso de matérias-primas de fontes renováveis vem sendo objeto de muitos estudos e pesquisas recentes, devido ao seu potencial na substituição de derivados petroquímicos. Por serem materiais considerados “ecologicamente corretos” compósitos com fibras vegetais tem-se mostrado uma alternativa viável na substituição de polímeros reforçados com fibra de vidro e outras cargas em muitas aplicações. Um fator importante que favorece o emprego de fibras vegetais como insumos renováveis é o crescente significado que vem assumindo a perspectiva de economia de energia por meio da redução de peso dos componentes, bem como os aspectos ligados à recuperação das matérias-primas e reaproveitamento de materiais no final do ciclo de vida do produto.
Além disso, diversas fibras vegetais são produzidas em praticamente todos os países e agregam um caráter social no seu cultivo. No Brasil, especificamente, a produção de fibras de coco, Sisal e Curauá são feitas por comunidades carentes nos estados do Norte e Nordeste. Por ser um país com grande oferta de recursos naturais, áreas disponíveis para plantio e variadas espécies de planta, o Brasil pode assumir a liderança no desenvolvimento destes materiais.
O emprego de fibras vegetais para o reforço de resinas plásticas não é novo. Já no início do século XX eram usadas resinas de fenol-formaldeido e melamina-formaldeido reforçadas com papel ou algodão devido às suas boas características isolantes, sobretudo na área eletrotécnica. Aplicações na indústria automotiva já podiam ser encontradas na década de 60, quando foram usadas fibras de coco na fabricação de assentos para veículos, e compostos de PP com farinha de madeira, moldado por compressão como substratos para interiores de automóveis. Na década de 90 surgiram compostos de PE com fibras vegetais, para substituir madeira em “decks” de piscina, mourões