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As tradições clássicas da Sociologia burguesa e da Sociologia marxista compartilham a visão de que o trabalho constitui o fato sociológico fundamental; constroem a sociedade moderna e sua dinâmica central como uma "sociedade do trabalho" (Dahrendorf, 1980; Guggenberger, 1982). Certamente, todas as sociedades são compelidas a entrar em um "metabolismo com a natureza", através do "trabalho", e a organizar e estabilizar este metabolismo de forma tal que seu produto garanta a sobrevivência física de seus membros.
Por conseguinte, pode-se desprezar o conceito de uma "sociedade do trabalho", como uma trivialidade sociológica, na medida em que o conceito se refere a uma "eterna necessidade natural da vida social" (Marx). Antes disto, entretanto, é importante explicitar o papel específico representado pelo trabalho, pela divisão do trabalho, pelas classes trabalhadoras, pelas regras de trabalho, pela organização do trabalho e seu conceito correspondente de racionalidade na Sociologia clássica.
A finalidade da teoria sociológica pode ser resumida, em geral, como o exame dos princípios que moldam a estrutura da sociedade, programam sua integração ou seus conflitos e regulam seu desenvolvimento objetivo, sua auto-imagem e seu futuro.
Se considerarmos as respostas fornecidas entre o final do século XVIII e o final da I Guerra Mundial às questões relativas aos princípios organizativos da dinâmica das estruturas sociais, certamente chegaremos à conclusão de que ao trabalho foi atribuída uma posição-chave na teoria sociológica.
O modelo de uma sociedade burguesa gananciosa, preocupada com o trabalho, movida por sua racionalidade e abalada pelos conflitos trabalhistas constitui - não obstante suas diferentes abordagens metodológicas e conclusões teóricas - o ponto focal das contribuições teóricas de Marx, Weber e Durkheim. Hoje, a questão central é: ainda podemos preservar esta preocupação "materialista" dos clássicos da