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"Saramago adorava as oliveiras da aldeia e sempre que estava de visita lamentava que estivessem a desaparecer", recordou, em declarações à agência Lusa, Vítor Manuel da Guia, presidente da junta de freguesia da Azinhaga do Ribatejo.
Desapareceu a casa onde o Nobel da Literatura nasceu, em 1922, filho e neto de camponeses, e também a dos avós, mas no livro 'As Pequenas Memórias' (2006), sobre a infância e adolescência, relembra "a oliveira que dava sombra à entrada".
Os olivais foram dando lugar a plantações de milho, segundo o presidente da junta de freguesia, mas "estão gradualmente a ser replantadas as oliveiras" na aldeia.
Vítor Manuel da Guia relatou que a oliveira que será retirada na quinta-feira é uma das centenárias árvores que Saramago viu junto à casa: "É a oliveira galega, um tipo mais resistente, que nada tem a ver com as novas oliveiras que plantam actualmente".
Foi o presidente da junta que, a título particular, comprou cerca de 20 destas oliveiras que ainda restam no local, para que não fossem cortadas pelos proprietários do terreno.
Enquanto as outras serão espalhadas pela Azinhaga em memória de tempos antigos - "quando as crianças iam aos ninhos e colhiam espargos junto aos troncos" - uma foi escolhida para ser plantada em Lisboa, no Campo das Cebolas.
Junto a essa árvore serão depositadas, no dia 18 de Junho, exactamente um ano após a morte do Nobel, as cinzas do escritor, e será colocado um banco de jardim, segundo a Fundação José Saramago, para que as pessoas ali se sentem e leiam os livros do escritor, recordando-o.
Vítor Manuel da Guia lembra-se de Saramago como "uma pessoa muito afável" e cujas visitas à Azinhaga se vinham tornando cada vez mais frequentes.
"Nos últimos anos, houve uma