festival de verão de guarapari
A proposta de falar sobre o Primeiro Festival de Verão de Guarapari em 1971 partiu da curiosidade de entender como um evento tão esperado, e divulgado pelos meios de comunicação, como na Revista Bizu de publicação no ano 2006 que diz: “O primeiro grande festival de Rock do Brasil”, pode se transformar em um caos não somente musical, mas cultural.
Contudo, para entender este evento e necessário retomar as conjunturas que transformaram o pensamento da época, principalmente a juventude, diante de acontecimentos que levaram a contestação de caráter social e cultural por parte da mesma. As consequências do pós-guerra, o capitalismo, os patrões morais conservadores, foram alvos de constantes ataques pelos “jovens contraculturais”, tanto nos Estados Unidos e seus congêneres europeus quanto nos Países periféricos.
A contracultura foi um termo usado para caracterizar os diversos movimentos civis e políticos, que ocorreram em diversos países do Ocidente, com início nos anos 50 e, sobretudo, nos anos 60 e 70. Jovens inovando estilos, voltando-se para o anti-social, com um espírito mais libertário e buscando uma cultura “alternativa” e/ou “marginal” procuravam espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequena realidades do cotidianos.
Entretanto, já a partir da década de 50 surgiram os primeiros movimentos que alcançaram o clímax a partir dos anos 60. Nos Estados Unidos o primeiro movimento foi os hipsters que designava as pessoas que se envolviam com a cultura negra. Os Beatniks eram jovens intelectuais que contestavam o consumismo, o pensamento otimista do pós-guerra, o anticomunismo generalizado e a falta de pensamento crítico. Nos anos que se seguem eram marcados por grandes concertos e festivais de rock que reuniram um público significativo diante da opinião púbica. Entre eles estão o de Monterey, em 1967, quando surgem figuras emblemáticas como Jimmy Hendrix e Janis Joplin; o de Woodstock, em 1969 e ainda no mesmo ano a de