Festas e rituais indigenas
Há entre os Kalankó três rituais diferentes: o Toré, o Praiá e o Serviço de Chão. Todos eles ocorrem preferencialmente à noite, mas também podem ser realizados durante o dia, e tem como figura central o pajé, que é líder e principal cantador das cerimônias. Em alguns casos, porém, o pajé pode transferir esta responsabilidade a uma outra pessoa de destaque da comunidade. As mulheres podem participar do Toré e do Serviço de Chão, mas não do Praiá. Entretanto, são elas as responsáveis pela preparação das comidas e das pinturas corporais usadas em todos os rituais. Cantadores e dançadores
Os cantadores são as pessoas de maior prestígio político entre os Kalankó, são eles que têm maior poder de decisão e mais obrigações no grupo.
Os Kalankó dizem que o canto nasce com a pessoa, mas é importante destacar que esta qualidade é transmitida de geração em geração, seguindo uma linha genealógica que remonta às famílias recém-chegadas do aldeamento de Brejo dos Padres (PE). A dança, ao contrário, é aprendida ao longo da vida.
Terreiro
O terreiro é um espaço de forma retangular que existe nas principais aldeias do alto sertão alagoano. É nele que são realizados os rituais Praiá e Toré. O terreiro é um dos lugares privilegiados para se receber os encantados.
Os Kalankó têm dois terreiros onde praticam seus rituais, um em Lageiro do Couro e o outro em Januária. Todo terreiro é chefiado por um indivíduo, que é denominado “pai de terreiro”, e pertence a um encanto, que é o “dono” do espaço.
O terreiro deve, preferencialmente, possuir um poró [casa sagrada onde as vestes cerimoniais são guardadas]. Além disso, em muitos terreiros da região há um espaço denominado oca, onde as pessoas se reúnem para realizar Conselhos ou Torés.
Durante o ritual, o terreiro se transforma em “mato”, espaço de ação dos encantados. Esta transformação acontece a partir de uma formação em cruz, o “encruzamento”, que abre o terreiro para receber a força dos encantados. O